quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Letter Of Goodbye


                                                                                                                                                                                    Várias vezes sentei-me em minha cama, com uma , duas até três chícaras de café, e de companhia: a solidão. Meu consolo nas noites sombrias e trêmulas, nada mais é que uma folha de caderno em branco , um lápis e uma borracha . Ambos são inúteis, assim como as minhas ideias e a minha imaginação.
Ultimamente tenho lido livros com histórias incríveis e visto filmes maravilhosos , que arrepio-me em pensar que poderiam existir histórias smilares em nossas vidas. Por que só em filmes e livros alguém pode achar o seu grande amor através de uma carta dentro de uma garrafa do outro lado do mundo? Fazer da distância apenas um detalhe imprevisível e permanecerem com uma relação estável a um longo tempo? Escrever uma carta para Julieta Capuleto e ser respondida? Cá entre nós, não seria primoroso tais circunstâncias?
Quem dera viver dentro dessas histórias mirabolantes , aventurar-me em paixões avassaladoras e ganhar um belíssimo final. Mas, acordando, de volta a realidade. O que mais causou-me afeição e despertou-me algo indefinido, foi o alívio , a libertação de um ser que após escrever uma linda carta referindo-se a sua falecida esposa , após tê-la jogada ao mar , foi como se ele tivesse conseguido não deixá-la de amar , mas concretizou seus momentos juntos em uma folha de papel com puro romantismo e sentimentalismo e deu-se uma nova oportunidade de amar novamente. 
Pois bem, cá estou eu, uma tola sentimentalista insana, que acha que pode obter uma história com cartas de romances, aventuras e tudo que se tem direito. Mas sei o quão é impossível tornar isso real, pois tudo depende de mais que uma pessoa, sim , sozinha não posso construir histórias , e  preciso também de um destinatário para minhas cartas. Sei que tenho um alguém para enviar minhas cartas , mas se elas vão ser lidas, é uma questão que no fundo sei a resposta.
Hoje, com minhas chícaras de café, estarei libertando-me e dando-me uma nova oportunidade para uma nova etapa de vida. Então escrevi uma carta, não esperando que ela seja lida por esse alguém , mas que ela seja sentida, assim como foi para escrevê-la.


My Dear ...

Esta será a primeira e última carta que irei te escrever, mesmo sabendo que estas palavras não irás ler. Encontras-te cada vez mais longe. Não sei se terá importância saber, mas receio de que tenhas conhecimento destas meras palavras. Te conhecer foi completamente maravilhoso. e os momentos que vivemos juntos, considerei os mais fantásticos de sempre e não vou negar que serão inesquecíveis. Assim será, por amar sozinha algo não correspondido. Saiba que o tempo foi o meu melhor amigo e companheiro enquanto você manteve-se distante. Ele interpretou o papel dele muito bem , fique tranqüilo. Quando tive medo, quando tive sonhos extraordinários, quando tive momentos de felicidade extrema e quando tive que seguir meu caminho, foi ele quem me acompanhou, pois não tinha você. Quantas noites sem dormir, quantos dias fazendo e refazendo planos, quanto tempo perdido, só de mantê-lo em meu pensamento. Não culpo-o dessas injúrias , pois também não culpo-me . Aliás, que culpa temos de querer mais que podemos ter? Não podemos simplesmente amar quem nos ama, não podemos amar alguém só por educação, gentileza ou simpatia. Amamos pelo cheiro, pelo olhar, pelo toque e pelas palavras que soam como melodias das mais belas canções. Vives dentro de mim por tudo o que representou de bem e de mau também, a revolta, tristezas ou desilusões que me causaste, só aconteceram por eu ter permitido que me fizesse mal ou melhor, eu é que me mal tratei. Acho que sempre teve medo quando falava desse amor para ti. Teve medo de confiar, acreditar ou apostar em uma relação que poderia ser eterna. Na minha opinião isso revela uma tremenda insegurança da tua parte, demonstrada pelas vezes que dissemos um ao outro para cada um seguir o seu caminho e horas mais tarde estávamos de novo juntos. Mas saiu da minha vida, e não foi capaz de apresentar um motivo ou a coragem para dizer adeus. Não tenho dúvida de que se dissesse, iria ser mais fácil agora. Sei que o mesmo destino que nos uniu , é o mesmo que quis que não ficássemos juntos. Não vou mais me referir ao nós, agora passa a ser : eu e tu. Espero que um dia saiba a importância dessas palavras e que tenha sentido um pouquinho ou um quase nada do que elas representam. Adeus meu querido, prometa-me que irá ser feliz , irá sonhar e irá amar realmente, e quando nos encontrarmos novamente, espero que nossos olhares não se notem e lembraremos  que um dia eles se encontraram.

                                                                                                                              Someone.

Um comentário:

  1. É por isso que o meu blog se chama: A Vida Não É Um Filme! Hehehehe!

    Tem um post que escrevi anos atrás, depois que vi o filme Tudo Acontece em Elizabethtown. Tem uma relação com esse.

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